"ESCUTA" ESSA!

As produções da propaganda, narradas por quem "sobreviveu" pra contar essas histórias!

As histórias, locais e os protagonistas, são verdadeiros. Tudo aconteceu exatamente como está narrado.

Ilustrações by Mauro Machado de Oliveira. Born to Paint! Textos: Luciana Meregalli e Waner Biazus

Confusão na madrugada de Florianópolis

Banda de reggae protesta, e revida jogando mil e uma coisas.

"Son of a fucking bitch!"

Berrava o integrante da banda Jamaicana de Reggae enquanto jogava uma melancia… 

1989 - A equipe da Exacta (Planet House) estava reunida em Florianópolis - SC, para filmar uma cena do "Caminhoneiro," na ponte Hercílio Luz. Na véspera, o Waner Biazus mandou todo mundo acordar cedo e se encontrar no café da manhã às 4 horas da madrugada. Devido ao excesso de burocracia e a demora para se obter uma licença para filmar na ponte, esse era o horário mais seguro para fazer o trabalho sem ninguém (?) perceber.

A equipe estava hospedada num hotel bacana, por coincidência o mesmo onde estavam uns jamaicanos rastafaris grandões, de uma banda de Reggae da Jamaica. Então, às 4 da manhã lá estava a equipe de Caxias tomando um reforçado café da manhã, afinal de contas o dia seria longo. Foi quando começaram a escutar marteladas e mais marteladas.

- "Soooon of a fucking bitch!!!", alguém gritava, com voz rouca, em meio a muitos outros palavrões. E as marteladas continuavam, cada vez mais fortes.

E de repente um barulhão "splat" seguido de um "splash" e de outro "plaft". A equipe saiu correndo do hotel e deu de cara com o Marcus Vinícius, um dos produtores do Kiko Cunha, em meio a um monte de frutas destroçadas, com um martelo em punho, gritando pra alguma janela lá em cima:

- "Seus filhos da puuuta! Tô trabalhando! Gohôme seus rastafaris de merda!"

O Vinícius tinha resolvido montar o cameracar (carro onde fixa-se a câmera) em plena madrugada, na base da martelada. Os jamaicanos haviam recém chegado de um show, duros de trago "y otras cositas más". Ao invés do silêncio comum dessa hora, encontraram o cara martelando seis andares abaixo da janela do quarto deles. Tentando silenciá–lo, bombardeavam o "Vini" com melancias, melões, mangas, bananas, jacas e outras "coisinhas" e com um palavrão atrás do outro.

O Vinícius, que achava que seu trabalho deveria ser respeitado, independente do horário, revidava com uma enxurrada de palavrões em bom e velho português e um arranhado "ingrês". Em meio a marteladas e uma grande "salada de frutas", ninguém mais se entendia. Toda a equipe recebeu uma bela "xixizada" da gerência do hotel.

E as cenas na ponte? Foram feitos alguns takes, até que a polícia interrompeu e levou todos para a DP. Até explicar que "focinho de porco não era tomada" levamos algumas horas. Foi outra "xixizada". Definitivamente, aquele não era o nosso dia. 

Clique aqui e veja o clipe "Caminhoneiro"

Compartilhe:

Voltar para as Histórias